segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Fortalecimento da bananicultura em Sergipe

Uso de cultivares inadequadas e problemas fitossanitários 
por: Ana da Silva lédo
Pesquisadora da Embrapa Tabuleiros Costeiros

   A cultura da banana assume importância econômica e social em todo o mundo, sendo cultivada em mais de 80 países tropicais. O Brasil é o quarto produtor mundial, sendo a banana a segunda fruta mais consumida no País, com uma produção aproximada de 6,9 milhões de toneladas, em uma área cultivada de 500 mil hectares, segundo dados da FAO – Órgão das Nações Unidas que cuida de Agricultura e Abastecimento. 
  A bananicultura possui uma grande importância socioeconômica no Nordeste, sendo geralmente explorada por pequenos agricultores, predominando a mão-de-obra familiar. Constitui parte integrante da alimentação de populações de baixa renda, não só pelo seu alto valor nutritivo, mas também pelo seu baixo custo, tendo papel fundamental na fixação da mão-de-obra rural. 
   A região Nordeste, segundo dados do IBGE, é responsável pela maior produção, com 2,7 milhões de toneladas, ocupando uma área de 210.374 ha, correspondendo a 38,6% da produção total do País, seguida pelo Sudeste, com 29,8% da produção. 
   A bananeira é uma das fruteiras de importância socioeconômica para o Estado de Sergipe, no entanto o uso de cultivares inadequadas e problemas fitossanitários têm sido o entrave para um maior desenvolvimento da cadeia produtiva. Dentre as áreas de produção de banana em Sergipe destacam-se as microrregiões de Cotinguiba, Baixo Cotinguiba e Propriá. A bananicultura dessa região está alicerçada em cultivares do tipo Prata, principalmente 'Prata Anã' e 'Pacovan', que são suscetíveis a diversas doenças, como a Sigatoka amarela e o mal do Panamá. A variedade Maçã, apesar do excelente sabor e de alcançar preços altos no mercado, praticamente desapareceu das áreas produtoras, devido à elevada suscetibilidade ao mal do Panamá. 
   Atualmente, uma ameaça aos plantios de banana, não somente de Sergipe, mas de todo o Nordeste, tem sido a Sigatoka negra, doença altamente destrutiva que, embora não esteja presente na região, constituirá um sério problema caso venha ocorrer em alguma área produtora. Uma vez que as medidas de controle convencionais são inviáveis, uma estratégia para a solução desses problemas é a obtenção de novas cultivares produtivas e resistentes, mediante o melhoramento genético. 
   Diante disso, a Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju – SE), em parceria com a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical (Cruz das Almas –BA), ambas Unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, conduziu no período de 2004 a 2007, um experimento de avaliação de 20 genótipos de bananeira, no perímetro irrigado Cotinguiba-Pindoba, no município de Propriá, região do Baixo São Francisco, SE. Pela avaliação conjunta das características agronômicas e produtivas, elegeram-se os híbridos PV42-53 e PV42-68 (denominados 'Pacovan Ken'), como alternativas à cultivar Pacovan; o YB42-07 ('Princesa'), como opção para áreas de cultivo de banana ‘Maçã’; a ‘FHIA-18’, como alternativa à cultivar Prata Anã e os híbridos Ambrosia, Bucaneira e FHIA-2 para uso agroindustrial. 
  Atualmente a Embrapa Tabuleiros Costeiros, com o objetivo de expandir a área de recomendação de novas cultivares de banana em Sergipe, está avaliando 22 materiais em área de tabuleiros costeiros no Campo Experimental Jorge Sobral, em Nossa Senhora das Dores. Espera-se que em 2011 novas cultivares possam ser recomendadas para a região. A Embrapa Tabuleiros Costeiros, em parceria com a Empresa Sergipana de Desenvolvimento Agropecuário – Emdagro, mantém quadras demonstrativas de banana no Centro de Difusão de Tecnologias em Itabaiana. Além dessas ações, a recente inauguração da Biofábrica de mudas no Sergipe Parque Tecnológico – SergipeTec, com produção inicial de 500 mil mudas de banana micropropagadas, fortalecerá sobremaneira a cadeia produtiva da frutífera, viabilizando aos produtores acesso a mudas de qualidade.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

IDARON - Parte 1

IDARON - Parte 2

Primeiro foco de ferrugem da soja é identificado no Paraná

Lavoura infectada foi semeada no dia 30 de setembro e está em fase de florescimento
por Globo Rural Online


Consórcio Antiferrugem registrou nesta quinta-feira (25/11) o primeiro foco de ferrugem asiática da soja em área comercial na safra 2010/2011, na cidade de Nova Cantu, PR. A presença de doença foi identificada por Adriano Adamzuk Carniele, técnico da Cooperativa Agroindustrial União (Coagru), e confirmada pela Faculdade Integrado de Campo Mourão. 
Carniele explica que a lavoura foi semeada no dia 30 de setembro e está em fase de florescimento. “O produtor vai fazer o controle químico da área com fungicida. Agora é preciso intensificar o monitoramento na região”, conta. 


Na safra passada, de acordo com o Consórcio Antiferrugem, foram identificadas 2370 ocorrências da doença, sendo que o primeiro foco, em lavoura comercial, foi registrado em 17 de novembro. 


A pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja, explica que a baixa umidade do inverno desfavoreceu a brotação de plantas voluntárias e a sobrevivência do fungo causador da ferrugem. 

Apesar do sucesso do vazio sanitário e do atraso no cultivo da soja pela falta de chuvas, o registro do primeiro foco de ferrugem está ocorrendo na mesma época do ano, comparando-se com a safra passada. “Por isso, os cuidados devem ser redobrados a partir de agora, quando as primeiras lavouras semeadas começam a entrar no período de florescimento. Nesta fase, aumenta a probabilidade de ocorrência da doença”, explica Cláudia. 

Segundo a pesquisadora, as orientações para o manejo da doença não se alteram. “O controle de ferrugem deve ser feito após os sintomas iniciais da doença na lavoura, ou preventivamente, levando em consideração o desenvolvimento da cultura, a presença da ferrugem na região, as condições climáticas, a logística de aplicação, a presença de outras doenças e o custo do controle”, explica.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

FISCAIS DA IDARON INTERCEPTAM VENDA AMBULANTE DE MUDAS

Os fiscais e assistentes fiscais agropecuários da Agência IDARON do município de Cabixi, interceptaram, apreenderam e destruíram 547 mudas de diversas espécies de plantas ornamentais, frutíferas e palmeiras transportadas num caminhão com placa de Herculândia (SP), e que estavam sendo comercializadas nas ruas do município. A ação foi coordenada pelo Fiscal José Corsino e contou com o apoio da Polícia Militar.
Depois de interceptadas, as mudas foram destruídas no aterro sanitário do município, e o vendedor, autuado.
O comércio ambulante de mudas é proibido no Estado do Rondônia. A Lei de Defesa Sanitária Vegetal estabelece medidas com vistas a coibir o comércio ambulante e ilegal de mudas para manter a sanidade dos cultivos vegetais e evitar a infestação de pragas e doenças que tantos prejuízos provocam aos produtores e ao Estado. As mudas sem procedência provocam infestação de pragas e doenças em cultivos vegetais como lavouras, pomares, florestas, hortas e jardins.
A venda de qualquer tipo de muda sem comprovação de origem preocupa, ainda mais quando se trata de mudas cítricas, que, se doentes, podem causar grandes prejuízos. Com base nesta lei, está proibido em todo o território rondoniense o comércio de mudas por intermédio da prática da venda ambulante em praças ou vias urbanas, dentro de veículos ou não, fora de estabelecimento comercial regularmente constituído, e sem endereço definido.
Quando a população se deparar com vendedor ambulante de mudas, os fiscais da Idaron aconselham a entrar em contato com a Idaron de seu município, para que possa coibir essa espécie de comercialização.
O interessado em comercializar mudas, deve inscrever-se no Registro Nacional de Sementes e Mudas – RENASEM junto ao Ministério da Agricultura e cadastrar-se na Agência IDARON para poder atender todos os critérios e exigências para a atividade. Desta forma disponibilizará aos clientes um local de comercialização conhecido e com condições necessárias para armazenamento além de garantir a identidade e origem das mudas, através da documentação exigida pela legislação. Não cumprindo estas exigências, o vendedor não pode comercializar qualquer tipo de muda.
ALERTA - A IDARON alerta à população para que não comprem mudas em caminhões, expostas nas ruas e vendidas por ambulantes, pois muitas delas são de origem desconhecida e não sofrem qualquer tipo de fiscalização. “Essas mudas podem trazer pragas e doenças de difícil controle, ou mesmo pragas que não existem no Estado, acarretando sérios prejuízos econômicos”, esclarece Rachel Barbosa, responsável pela área de fiscalização de mudas, da Agência Idaron.



Fonte: IDARON

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Soja: Ferrugem pode atacar antes do florescimento nesta safra

Com o grande atraso no plantio da soja, a doença pode pegar a planta ainda muito jovem e o monitoramento da lavoura deve ser intensificado
Juliana Royo
17/11/2010
O efeito do fenômeno climático La Niña sobre a atual safra de soja está sendo alarmante. Com a instabilidade e atraso das chuvas, o plantio do grão está mais atrasado do que se esperava e, com isso, as doenças podem causar prejuízos maiores do que os anos anteriores. Um dos problemas a ser enfrentados pelos agricultores de Mato Grosso é a ferrugem, uma doença grave da sojicultura que causa a desfolha da planta, reduzindo consideravelmente a produtividade. O grande atraso no plantio vai fazer com que ferrugem entre na lavoura na fase inicial de desenvolvimento da planta atacando a planta ainda muito jovem.
A Fundação MT está rodando o Estado do Mato Grosso entre os dias 16 de novembro a 3 de dezembro para orientar os produtores em relação ao manejo das doenças nesta safra. Segundo o pesquisador Fabiano Siqueri, a recomendação é para que os agricultores fiquem mais atentos aos sinais da lavoura e intensifiquem o monitoramento para saber se a ferrugem já chegou à plantação. Se ela atacar a planta ainda antes do florescimento, a aplicação de fungicidas deve ser feita imediatamente. Caso contrário, os produtores devem esperar o período de florescimento para fazer a aplicação preventiva após esta fase.
Outra recomendação importante é o uso de variedades resistentes à ferrugem ou menos suscetíveis. A Fundação MT, em parceria com a empresa TMG, lançou duas cultivares resistentes na safra passada: a TMG 801 e a TMG 803. Outra variedade já está sendo desenvolvida para a próxima safra. O problema é que a grande maioria dos sojicultores do Estado, cerca de 90%, ainda plantam os materiais suscetíveis à doença. Os cuidados no manejo da lavoura também são muito importantes para diminuir a incidência da doença ou, pelo menos, atrasar a chegada dela na lavoura. Entre as medidas que devem ser tomadas estão o uso de sementes sadias, o plantio na época adequada, o respeito com o ciclo da cultivar escolhida e plantio com espaçamento adequado para desfavorecer o surgimento do fungo.
Outras doenças


A mancha-alvo e a antracnose também são doenças importantes que precisam ser controladas pelos produtores. No caso delas, os cuidados de manejo são ainda mais importantes porque os químicos existentes no mercado não são eficientes no controle destas doenças. Uma das recomendações mais importantes é a adoção do sistema de rotação de culturas, que diminui bastante os problemas com doenças na lavoura de soja, mas praticamente não é utilizado no Mato Grosso.


— O controle químico é ineficiente contra estas doenças. Os produtores às vezes aplicam muito produto sobre estas doenças, mas o resultado é pouco efetivo. Estamos recomendando o uso de variedades menos suscetíveis a estas doenças, além da rotação de culturas. Aqui no Mato Grosso é a monocultura de soja domina e isto é um fator que acarreta o aumento de doenças ao longo dos anos. Plantar no espaçamento adequado fazendo com que o microambiente fique desfavorável aos fungos e seguir as recomendações de época de plantio também são recomendações que a gente está fazendo aos produtores — explica Siqueri.

Isca com melaço controla broca da cana-de-açúcar

Aplicação de defensivos com 5% de melaço é recomendada contra a praga, já que controle biológico não é muito eficaz em algumas regiões

Juliana Royo

A broca da cana-de-açúcar causa inúmeros prejuízos aos produtores e, normalmente, é controlada através do uso de vespinhas que são inimigas naturais da praga. No entanto, em algumas regiões, principalmente no Estado de São Paulo, as condições climáticas para o desenvolvimento da broca são tão favoráveis que as vespinhas não conseguem dar conta de fazer o controle total. Com isso, muitos produtores passaram a utilizar pulverizações de químicos nas plantações com reguladores de crescimento, o que acarreta danos ambientais.

Para resolver estes problemas, pesquisadores da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz), da USP (Universidade de São Paulo), desenvolveram uma forma alternativa de combate à broca. Eles descobriram que adicionando 5% de melaço aos químicos reduziria o impacto ambiental do produto e aumentaria a eficácia do controle. As mariposas adultas da broca da cana são atraídas pelo melaço e ao se alimentarem ingerem o veneno presente no agrotóxico. Dessa forma, a praga é controlada na sua fase adulta, antes da formação dos ovos, o que torna o controle muito eficaz. Além disso, é uma alternativa econômica já que é necessário o uso de menor quantidade de químicos e o melaço é um produto barato produzido pela própria indústria canavieira.

— Nós tentamos desenvolver uma isca para que ela pudesse atuar sobre a praga adulta, que é a mariposa. O controle químico convencional existente era feito através da lagarta e a ideia de controlar o adulto é melhor. É mais econômica porque a gente mata o adulto antes dele gerar os ovos e antes de começar o ataque intenso à lavoura. O sucesso da pesquisa foi descobrir que ao adulto da broca basicamente não precisa se alimentar. A mariposa só come se o alimento estiver muito próximo dela, sem grande esforço. Com isso, verificamos que a isca deveria ser colocada a mais ou menos 0,5 metro de distância da mariposa para ela se alimentar do melaço e, consequentemente, ser afetada pelo veneno — explica o pesquisador Otávio Nakano, professor da Esalq.

O melaço deve ser utilizado na proporção de 5% do total da calda, que é de cerca de 20 litros por hectare. Ou seja, é usado em torno de 1 litro de melaço por hectare misturado com inseticida. O pesquisador diz que os produtores que não tiverem acesso ao melaço podem fazer a substituição por hidrogén, que é uma substância extraída do óleo de soja e também mostrou grande eficácia nos estudos feitos para o controle da broca da cana-de-açúcar.

Fonte: Portal dia de campo